A localidade de Valhelhas está localizada em pleno coração da Serra da Estrela, tendo uma vasta e grandiosa história. Em 1188, D. Sancho I “cuidou do povoamento” tendo-lhe atribuído o foral com extraordinárias regalias (Rocha, 1962:93) sendo sede da então poderosa Ordem militar Religiosa de Alcântara. No século XVI, Valhelhas era já um pequeno concelho, dotado de Paços de Concelho e Pelourinho. O Pelourinho de Valhelhas, considerado Imóvel de Interesse Público, tendo sido construído com granito de grão fino, provavelmente em 1555, data que nele está gravada, devendo medir una sete metros de altura.



Sobre
Página
https://www.freguesiadevalhelhas.pt
Morada
Praça Doutor José de Castro
, Valhelhas
6300-235
Valhelhas
Coordenadas GPS
40.4080202,-7.4019448
O Pelourinho de Valhelhas esta envolto em “pedras vetustas, atesta ainda, ao presente, os privilégios de nobreza popular de Valhelhas. Ergue-se imponente num amplo largo, Praça do Dr. José de Castro, defronte do edifício das escolas primárias e Junta de Freguesia, que ocupa o local da antiga praça dos Paços do Município e cadeia. É formado por uma alta coluna inteiriça de granito, na qual podemos identificar, três elementos essenciais: soco, fuste e capitel. O soco, a parte da coluna que se apoia no solo, tem à sua volta sete degraus formando octógonos regulares, cujas dimensões vão progressivamente diminuindo até à plataforma, que sobre eles assenta, e que terá um metro de raio. O fuste, a parte visível da coluna de forma prismática octogonal com uns 0,30 a 0,40 metros de raio, tem, na extremidade superior que o liga ao capitel, una bordos bem delineados que o circundam” (Rocha, 1962: 184), possuindo “oito faces lisas tem pousado no cimo o capital constituído por molduragem saliente, plana, com secção concordante de dupla guarnição e listéis. O remate é constituído por abaco de maior área, possuindo na parte inferior base plana e circular” (Sousa, 1998: 45). O capitel deste pelourinho possui “um perímetro bastante superior ao remate do fuste, é ornado com três colunazinhas, sendo a do centro muito mais alta” (Rocha, 1962: 184). Neste pelourinho “o remate é constituído por abaco de maior área, possuindo na parte inferior base plana e circular. Nele pousam dois pequenos obeliscos que nascem de forma quadrada desenvolvendo-se em torneado com tripla modelação e botão terminal. Ao centro pousa um pináculo que sobressai dos dois elementos descritos em acentuado volume, mas de idêntico formato, vindo a terminar em coruchéu oitavado, provido de roseta” (Sousa, 1998: 45).
Pelo Decreto nº 23:122 de 11/10/1933 do Ministério da Instrução Pública / Direção Geral do Ensino Superior e das Belas Artes, “os pelourinhos que em Portugal são mais símbolos de autonomia regional do que locais de tortura” neste sentido, o decreto destaca a importância em “proceder à classificação de todos os pelourinhos existentes, bem como à sua inventariação, usando da faculdade conferida pela 2ª. parte do n.2 do artigo 108° da Constituição, o Governo decreta e eu promulgo, para valer como lei, o seguinte: Artigo 1°. São classificados como imóveis de interesse público, nos termos do artigo 30° do decreto nº 20:985, de 7 de Março de 1932, todos os pelourinhos que não estejam já anteriormente classificados”.
Segundo Luís Chaves, no livro Pelourinhos de Portugal (1930), “os pelourinhos, primitivamente picotas, balizam no território português o caminho da história dos concelhos”. Tal como, afirma Pinheiro Chagas, no Dicionário Popular (s/d) que “estes monumentos, embora tenham acumulado as funções de autonomia do concelho com as de ignomínia, visto que neles se executava as penas de açoites e exposição de criminosos, etc., merecem ser conservados e resguardados dum preconceito inconsciente que em muita terras do país se levantou contra eles”.
Referências:
Chagas, M.P (s/d) Dicionário Popular
Chaves, L. (1930) Pelourinhos Portugueses, Estudos Nacionais do Instituto de Coimbra, Gaia: Edições Apolino
Decreto nº 23:122 de 11/10/1933 do Ministério da Instrução Pública / Direção Geral do Ensino Superior e das Belas Artes
MALAFAIA, E.B. de Ataíde, (1997) - Pelourinhos Portugueses - tentâme de inventário geral, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda.
Rocha, A. (1962) Monografia de Valhelhas, Coimbra: Edição de Autor
Sousa, J.R (1998) Pelourinhos do Distrito da Guarda, Viseu: Edições de Autor, p.45